quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Nós da APEOESP/SOROCABA estamos mandando as materias publicada na midia sobre o plano nefasto de Serra.

Plano de Serra para reduzir reprovação na rede estadual.

FÁBIO TAKAHASHICATIA Folha de S.Paulo

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), lançou ontem um plano que pretende diminuir pela metade a reprovação na rede estadual e alfabetizar todas as crianças aos oito anos até 2010. Algumas das ações para atingir os objetivos não foram detalhadas e outras já eram conhecidas.
O anúncio foi feito quatro dias antes da data prevista para uma paralisação organizada por sindicatos da categoria.

Atualmente, a taxa de reprovação na oitava série é de 16,4%; na primeira série do ensino médio, de 22% --números que vêm aumentando nos últimos anos. Já sobre a alfabetização, a estimativa é de que 40% dos estudantes na Grande São Paulo não estejam alfabetizadas aos oito anos.
No total, o governo lançou dez metas, que incluem aumentar em 10% o rendimento da rede em exames de qualidade e melhoria na recuperação dos alunos, entre outras.
Para chegar a esses objetivos, o Executivo apresentou dez ações, algumas delas já anunciadas anteriormente e que estão em andamento, como a colocação de um professor-assistente nas classes de alfabetização e a diminuição dos ciclos, de quatro para dois anos.
Uma das medidas que ainda não está em prática é a premiação por desempenho, antecipada pela Folha no último dia 25.

Serra disse que será considerada a evolução de cada escola anualmente, considerando, entre outros fatores, os resultados de avaliação de qualidade (como Prova Brasil e Saresp).
As unidades que mais evoluírem ganharão mais recursos. O governador disse, porém, que o modelo de avaliação não está pronto. Segundo a Folha apurou, as secretarias de Educação, Gestão, Fazenda e Planejamento chegaram a apresentar um modelo para o governador,mas ele não concordou. Agora, a previsão é que o programa só seja definido em outubro.
Outro anúncio do governo foi o de dar uma gratificação para diretores de escola, mas não estão definidos os valores.

'O grande mérito desse plano é que São Paulo passa a ser o primeiro Estado com um plano de metas a serem atingidas', disse a secretária da Educação, Maria Helena de Castro.
Lisandre Maria Castello Branco, da Faculdade de Educação da USP, teme que o pacote não saia do papel. 'Se não houver um plano de ação prático, que faça com que as medidas cheguem até a sala de aula, corre-se o risco de, mais uma vez, tudo ficar no papel.'
Já a coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp, Ângela Soligo, elogiou a idéia de lançar um pacote.

"O programa de recuperação é essencial. Mas tem de ser feito ao longo do ano, com poucos alunos."

Veja a lista completa de metas do governo

METAS
Todos os alunos de oito anos plenamente alfabetizados
Redução de 50% das taxas de reprovação da 8ª série
Redução de 50% das taxas de reprovação do ensino médio
Implantação de programas de recuperação de aprendizagem nas séries finais
Aumento de 10% em índices de desempenho
Atendimento de 100% da demanda de jovens e adultos de ensino médio com oferta de currículo profissionalizante
Implantação do ensino fundamental de nove anos, em colaboração com os municípios
Utilização da estrutura de tecnologia da informação e da Rede do Saber para programas de formação continuada de professores na própria escola
Descentralização do programa de alimentação escolar
Programa de obras e infra-estrutura física das escolas

SITUAÇÃO ATUAL
Não estão alfabetizados 40% dos alunos na Grande SP e 30% no interior
Taxa é de 16,4%
Taxa é de 22% (1º ano do ensino médio)
Reforço é feito somente no final do ano
Um exemplo: o Saeb (Sistema Nacional de Educação e Avaliação Básica) da 4ª série do ensino fundamental, em língua portuguesa, São Paulo tem média de 177,9. A média do Sudeste é de 181,4
Atendem de 70% a 75% da demanda, sem currículo profissionalizante
O ensino fundamental tem oito anos, mas lei federal prevê ampliação para nove
A maior parte é feita fora da escola
Faltam 30 municípios
Ainda há 76 salas de latão e 35% das escolas de ensino fundamental não tem laboratório de informática

MEDIDAS
Implantação do projeto Ler e Escrever (universitários como professores auxiliares)
Reorganização da progressão continuada (implantação de ciclos de dois anos) a partir de 2008
Divulgação dos currículos e expectativas de aprendizagem em setembro de 2007
Implantação de etapas de recuperação intensiva dos conteúdos no 1º semestre de 2008
Diversificação curricular do ensino médio (aluno poderá optar por habilitações técnicas)
Reorganização da educação de jovens e adultos
Ensino fundamental de nove anos a partir de novembro de 2007
Melhorar a utilização dos sistemas de avaliação
Melhorias na gestão dos resultados e política de incentivos
Plano de obras e investimentos, como laboratórios de informática e materiais de apoio
Fontes: Secretária da Educação de SP e Censo Escolar

Colaborou DANIELA TÓFOLI, da Folha de S.Paulo




Governo de SP lança plano de metas para melhorar ensino até 2010.


O governo do Estado de São Paulo lança nesta segunda-feira, por meio da Secretaria de Educação, um plano de dez ações para atingir metas na área até o ano de 2010. Serão investidos cerca de R$ 1,7 bilhão em reformas, ampliações e construções de escolas. Entre as metas está o prolongamento do ensino fundamental, com um ano a mais de estudo, e a redução de taxas de reprovação nos dois níveis.

O foco do plano de ações, anunciado na manhã de hoje pelo governador, José Serra, e a secretária de Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, é melhorar a qualidade do ensino público oferecido pelo Estado, já que o percentual de inclusão é alto --98,6% das crianças de 7 a 14 anos estão em escolas e 90% dos adolescentes entre 15 e 17 anos estudam.
A primeira meta é alfabetizar todas as crianças do Estado com oito anos de idade. Como o aprendizado é um processo cumulativo, a alfabetização já na fase inicial vai elevar o aproveitamento dos estudantes em toda a vida escolar.

O governo também anunciou a meta de reduzir em 50% as taxas de reprovação na 8ª série do ensino fundamental e no ensino médio. Para atender alunos com dificuldade, o governo irá implantar programas de recuperação nas séries finais de todos os ciclos --2ª, 4ª e 8ª séries do fundamental e 3ª série do ensino médio.

Outra meta é atender toda a demanda de jovens e adultos no ensino médio, com a inclusão do cursos profissionalizantes em toda rede estadual.

O plano de ações também inclui a meta de tentar elevar em 10% o aproveitamento nas avaliações como o Saresp --exame aplicado aos alunos das escolas estaduais desde 1996--, no Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica e no Prova Brasil.

Outro objetivo do plano é a realização de um programa de formação continuada para professores, coordenadores e diretores nas 5.300 escolas estaduais.

O plano também prevê a descentralização ou a municipalização da merenda escolar nas 30 cidades que ainda têm alimentação diretamente ligada ao Estado.

De acordo com o governo, a construção e a ampliação de escolas, onde devem ser investidos R$ 1,7 bilhão, é última meta a ser cumprida.



Nova secretária quer premiar professores por desempenho.

FÁBIO TAKAHASHIda Folha de S.Paulo

O professor que melhorar o desempenho dos estudantes e faltar pouco às aulas ganhará mais. Essa é uma das propostas da nova secretária da Educação do governador José Serra (PSDB-SP), Maria Helena Guimarães de Castro.

Socióloga e secretária-executiva do MEC na gestão FHC, Maria Helena, 60, assumirá o cargo hoje, em substituição a Maria Lúcia Vasconcelos, que alegou motivos pessoais para pedir a sua saída do posto. A nova secretária defende que os docentes devem receber um dinheiro extra segundo o desempenho de suas turmas em exames de verificação de aprendizagem dos alunos, como Saeb, Prova Brasil (ambos federais) e Saresp (estadual).

Atualmente, o governo paga bônus aos docentes, mas considera apenas fatores como assiduidade. Ou seja, não influencia o quanto os seus estudantes aprenderam. Leia os principais trechos da entrevista feita ontem, por telefone, com Maria Helena, que deixou neste mês o cargo de secretária de Educação do Distrito Federal --gestão José Roberto Arruda (DEM). Na conversa, ela elogiou o projeto do governo Serra de colocar dois professores em salas de alfabetização.

FOLHA - Qual será sua prioridade?
MARIA HELENA GUIMARÃES DE CASTRO - Melhorar a qualidade da educação. O Estado tem investido muito, mas é preciso atrelar esse trabalho às avaliações, de tal modo que as escolas comecem a utilizar os resultados. São Paulo tem boas condições de dar um salto de qualidade. Para isso, é preciso olhar para o desempenho dos professores, com incentivo à carreira. O governo já destina um grande montante para salários diferenciados por desempenho. Esse é um tema crucial.

FOLHA - Mas, atualmente, o desempenho é basicamente medido pela freqüência dos professores. A sra. pretende incluir outros fatores?
MARIA HELENA - Isso só não basta, é preciso usar as avaliações. Hoje dispomos de Saeb, Prova Brasil, Saresp, um conjunto de indicadores que permitem construir um critério mais consistente para valorizar o trabalho dos professores.

FOLHA - A sra. quer, então, implantar premiação por desempenho?
MARIA HELENA - Creio que sim. Parece-me até que há um projeto em discussão no governo para criar incentivo de desempenho no funcionalismo em geral e há alguma coisa específica para o setor da educação [a assessoria do governador informou que o tema é analisado pela Secretaria de Gestão Pública, ainda sem conclusão].

FOLHA - Idéias como essa costumam sofrer resistência da categoria.
MARIA HELENA - Não é caso de resistência, mas, sim, de criar um canal de diálogo.

FOLHA - A sra. concorda com a redução da duração dos ciclos de quatro para dois anos?
MARIA HELENA - É uma boa proposta, ajuda o professor a monitorar melhor o aluno.

FOLHA - Não aumentará a reprovação, tida como um dos principais problemas da educação?MARIA HELENA - Espero que não. Dependerá muito da nossa capacidade de criar condições para que eles aprendam.

FOLHA - O que precisa mudar na política educacional no Estado?
MARIA HELENA - Principalmente o uso dos resultados da avaliações, que é uma coisa que não está sendo muito enfatizada. E também a gestão do sistema e da escola. A secretaria hoje é grande demais, não tenho elementos ainda para saber como está a supervisão do sistema. As diretorias de ensino têm de estar muito alinhadas às políticas do Estado para que possam cobrar os resultados na ponta.a educação.

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